Lançado em agosto de 2000, um ano depois de a Microsoft ter publicado o tão elogiado Age of Empires II: The Age of Kings, esta expansão, The Conquerors, enfrentou uma séria concorrência. O gênero de estratégia em tempo real havia crescido e mudado desde o Age of Kings, visto que alguns jogos totalmente em 3D de combate tático haviam emergido no ano anterior. Quase pareceu que os jogos convencionais de estratégia estavam mortos, pois deles surgiram jogos como Homeworld, da Relic, e Ground Control, da Massive Entertainment, que retiram a ênfase da caça-aos-recursos e a colocam no combate tático. Age of Empires II: The Conquerors, entretanto, provou mais uma vez que a fórmula clássica para jogos estratégicos ainda permanece efetiva se bem executada. É uma excelente expansão para um jogo que é lembrado como sendo um dos marcos no gênero.
A novidade mais aparente é, sem dúvidas, a adição de cinco novas civilizações: os astecas, os hunos, os coreanos, os maias e os espanhois. Maias e astecas compartilham características únicas: o modelo arquitetônico mesoamericano e seus guerreiros que usam máscaras em formato de animais. Os astecas com a força bruta da infantaria e os maias com seus arqueiros resistentes são diferentes das outras 16 civilizações não apenas na aparência – elas também são as únicas civilizações do jogo que não possuem cavalaria, preenchendo essa lacuna com um guerreiro-águia que se move rapidamente. As outras três civilizações que vem na expansão também são interessantes: os hunos são nômades especialistas em atacar as edificações inimigas por meio de cavalos e, diferentemente de todo o resto, não precisam construir casas para acomodar a população crescente. Os asiáticos da Coreia são formidáveis na defesa graças às suas excepcionais torres que podem, claro, também ser utilizadas ofensivamente, junto às unidades de cerco e navios encouraçados, considerados outros pontos de destaque dos coreanos. Os espanhois são bastante perigosos com os conquistadores, homens a cavalo munidos de armas de fogo. Os missionários espanhois são semelhantes aos monges das outras civilizações, com menor alcance e mobilidade melhorada.
Todas essas civilizações são adições sólidas ao jogo, mas apesar de suas vantagens únicas, elas demonstram quão similares são se comparadas às outras já existentes. Embora cada civilização tenha uma unidade e uma tecnologia singulares, no fim das contas essas distinções são muito sutis, pois a maneira de jogar é a mesma. As dezoito civilizações não são estruturalmente diferentes umas das outras, apesar de haver bastante variedade para permitir vários estilos de jogo.
Quem já conhecia as campanhas de Age of Empires II vai se interessar pelas campanhas em The Conquerors, protagonizadas por Attila (hunos), El Cid (espanhois) e Montezuma (maias e astecas). Essas campanhas lineares são compostas de várias missões cheias de sequências de script que mostram, inclusive, a versatilidade e flexibilidade do novo editor de mapas. Cada estágio sugere um avanço histórico na jornada de seu respectivo líder, traduzindo brilhantemente suas batalhas históricas. A inteligência artificial foi retocada para que até mesmo jogadores inexperientes fossem capazes de zerar a campanha nos níveis mais fáceis de dificuldade, e o resultado é satisfatório – mas o jogo também ficou mais difícil do que antes nos últimos níveis de dificuldade.
O computador aprendeu a jogar melhor não apenas no que tange a inteligência artificial: os aldeões agora estão mais espertos. Eles vão coletar os recursos automaticamente após terminarem de construir uma serraria, um moinho, um campo de mineração ou um centro da cidade. Não é mais necessário efetuar o replantio das fazendas manualmente, pois existe uma sistema de “encomenda” onde as fazendas são compradas e os fazendeiros, automaticamente, as utilizam quando for necessário.
Praticamente toda a expansão faz de Age of Empires II um jogo mais divertido e aproveitável. Todavia, está óbvio que as melhorias são mais perceptíveis aos jogadores experientes, em grande parte porque o jogo original já era fora de série e, como tal, qualquer pacote de expansão traria mudanças não muito grandes no geral. No entanto, as adições em The Conquerors são mais do que suficientes para tornar qualquer aficcionado por estratégia em tempo real um aficcionado por Age of Empires.